quarta-feira, 1 de março de 2017

NOTA: Oi, estou com ciúmes. Que foi? Não tenho direito? Tenho sim que eu sei. Existe um decreto nos Anais dos Relacionamentos que diz: “Poderás sentir ciúmes sempre que necessário e não necessário”, amém. Não quero saber se você consegue me dividir, eu não consigo, e você sabe, sempre soube. Mas se quer, vai lá, não vou te impedir. E se por acaso um dia você voltar e eu só estiver de corpo presente, não briga comigo não, só deixei o meu orgulho de lado pra deixar você fazer o que quer pra ficar feliz. Não é tão ruim assim é?

terça-feira, 27 de setembro de 2016

Hoje eu vim falar de Você


 Você que me faz tão bem e eu tenho o maior medo de chamar de Meu bem. Porque e se um dia eu te perder, não sei se conseguiria ficar tão bem.

Você que caminha do meu lado, nem à frente e nem atrás, pronto pra parar, descansar e repensar, pronto pra correr quando for necessário. Tudo isso sem soltar minha mão.
Você que nunca desistiu de nós. Obrigada.

Você que me viu de todos os jeitos possíveis. Isso inclui pós-soneca, pós-ensaio, pós-faculdade, pós-choro, pré-provas, pré-durante-pós TPM  e com fome. Nem sei como você sobreviveu sabia?

Você que me tem como prioridade, me acolhe nos braços sempre que me vê, que não se importa de perder um sábado manhoso na cama só pra estar comigo por algumas horas para andar e simplesmente conversar.

Hoje, você fez algo tão lindo e simples que eu já estava sorrindo desde o início.

Descemos do ônibus, era nosso aniversário de namoro, não tínhamos combinado nada de especial, nem tínhamos grana pra isso, nós só queríamos ficar juntos e sempre adoramos o pretexto de “ei dá pra gente se ver hoje?”.

Começamos andar pela Avenida dos Ipês, falamos sobre filmes e sobre as angiospermas que acabaram de florescer. Você esticou o braço comprido e pegou uma flor da árvore do meio fio. Eu sorri.

Continuamos andando de mãos dadas conversando, você olhava discretamente para os lados até achar uma flor aleatória no jardim de alguém e as segurava na mão.

Chegamos ao fim da caminhada. Você apertou minha mão de leve, olhou pra mim e disse Feliz Aniversário de namoro, meu Amor. Eu sorri de orelha a orelha.

Eu já tinha percebido o que você estava planejando, mas sempre me surpreendo como eu fico quando você faz essas coisas. Dizem que eu sou meio ogra, mas contigo é tão diferente! Eu fico nos ares com um sorriso, quem dirá com um buquê improvisado de quatro flores lindas na mão da pessoa que você ama. Ninguém resiste!

O amor é assim. Simples, cativante, inexplicável. Cada ato é um grão de areia que vai formando nossa praia, um lugar seguro mesmo com os constantes avanços do mar. Somos o nosso porto seguro. Ou pelo menos tentamos ser. 


domingo, 17 de abril de 2016

Deixa ir

E pela primeira vez na vida você não foi egoísta.

Deixou-o ir. Mesmo com o coração apertado. Mesmo mentindo dizendo que não o amava. Mesmo sabendo que podia nunca mais vê-lo ou falar com ele. Mesmo sabendo que ele faria o mesmo que você tentou fazer a um tempo atrás. “Espero que você seja feliz com esse relacionamento sem futuro”. Lágrima caiu.

Ué, claro que eles terão um futuro.

Eles são parecidos. Não é um fogo constante, é brando. Não foi amor à primeira vista. É um sentimento construído. Não vão brigar pelas leseiras que vocês brigavam. Mas também não vai ser luzes e fogos de artifícios. Vai ser uma luz no fim do túnel e não, essa luz não é você. É ela. Aquela que não fez ele sofrer, aquela que não deixou ele partir, aquela que estava aqui quando você não estava.

Pensou mesmo que tudo voltaria ao normal?

A verdade é que a hora de vocês passou, e passou faz tempo! Não existe mais aquele “nós”, só o laço que ele criou com ela enquanto você fugia. Hoje deve estar fazendo uns seis anos que vocês se conhecem, seis anos que se amam, seis anos que vocês não conseguem ficar juntos. Eu? Eu já teria desistido. Por que você foi lá cutucar a felicidade dele? Por que foi deixa-lo confuso?

Essa felicidade é comodismo!

Comodismo? É né. Será mesmo que ele sente a eletricidade passar pelo seu corpo quando beija os lábios dela? Será mesmo que ele não queria ouvir que você ainda o amava? Será mesmo que ele ligou sem querer? Na minha terra quando tu olhas o status de alguém e acidentalmente aperta pra ligar é acidente. Mas a questão é: por que ele estava olhando teu status?

Já dizia Renato Russo “Será, só imaginação”. E é. Deixe-o imaginar.

Mas menina, toma vergonha nessa tua cara! Não era você que odiava quando alguém tentava perturbar teu namoro? Agora você esta igualzinha a todas elas. Deixe-o ser feliz no comodismo dele.

Mas eu mudei.

Não adianta mais... Você sabe disso. Vocês não conseguem se amar como pessoas normais, vocês são extremos. E nós, “nós aceitamos o amor que achamos que merecemos”. Você não conseguia ver que ele estava disposto a atender todos teus pedidos, mesmo você achando que estava pedindo muito. Você não viu que ele estava feliz contigo, porque achou que ele não estava e ponto final. Você tirou o direito dele de te amar só porque achou que não servia pra ninguém. Escolheu você mesma. Agora chora. Chora mesmo. Porque como eu disse lá em cima: o tempo de vocês passou.

Mas você não quer outra pessoa? Que pena, florzinha.

Ele já desistiu de você. Como você desistiu dele no passado. A vida da voltas, né? Uma hora ou outra ele vai até esquecer aquela sua mania de colocar “rsrsrs” em fim de frases só pra disfarçar a ênfase da mensagem. E você? Você vai estar ouvindo “Cuida bem dela” com fones de ouvido no ônibus olhando pela janela, vai cantar mentalmente para a NAMORADA dele, afinal você não é ela.

Pede desculpa. Sério.

Você veio aqui só atrapalhar e sabia disso! Por que não mentiu pra ele logo? “Era só iludir”, era só mentir como ele pediu, escolher por ele pelo menos uma vez... Sabe o que é engraçado? Ele também esta mentindo pra você. Dois burros.

Fim da história. Beijos do seu Cérebro.


P.s.:Melhor voltar a usar o Coração porque até eu já desisti.

domingo, 18 de outubro de 2015

Marca-dores.

Algumas coisas te marcam, nem sempre de um jeito bom.

Essas coisas fazem de nós o que somos hoje, justificam as atitudes que tomamos a partir delas, nos motivam a tomar decisões para o futuro e, na maioria das vezes, nos prendem em nós mesmos, como um segredo particular. "Marcadores da vida".

Freud explica que o que vivemos na infância, reflete na vida, na sexualidade principalmente. Diz que “Nenhum ser humano é capaz de esconder um segredo. Se a boca se cala, falam as pontas dos dedos.”, concordo com ele.

Não importa o quanto você esconda isso de todos (e de si mesmo) naquela caixinha na memória intitulada “Coisas para esquecer”. Não adianta, você ainda guarda a caixa.

Uma hora ou outra tudo isso explode. Foi o que aconteceu comigo.

Eu já tinha revivido essas lembranças milhares de vezes, já tinha chorado e escrito sobre elas, mas acho que não foi suficiente. Eu precisava contar pra alguém. Contei.

Não era o momento, não era o lugar, mas era a pessoa certa.

Primeiro senti a mistura de pânico e vergonha, como se a caixa tivesse aberto e eu desesperadamente tentasse fecha-la. Depois senti um alivio, eu não precisava mais guardar aquilo, pelo menos não com tanta amargura.

Aquilo que me feria tanto a ponto de me deixar dormente, de mudar tanta coisa em mim, tinha se esvaído como fumaça e eu me senti leve.


Leve como a brisa que bate no meu rosto quando vou passar fim de semana no interior. Leve como o sorriso da minha avó quando eu faço uma piada estranha. Leve como a gargalhada da minha irmã. Leve como os beijos do meu namorado. Leve como quando danço.

quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Ela é Passado, Eu sou o "Futuro"

Eu sei, eu sei.  Não posto há algum tempo, mas sou daquelas que só funciona com inspiração e só posta quando esta totalmente satisfeita com o texto. Sou dessas.

Pensei em postar textos que eu já tinha feito antes, que ficaram guardados nas pastas do computador ou aqueles que escrevi no Tumblr, textos muito bons e cheios de sentimentos. Porém percebi algo que qualquer um teria percebido: Eu não sou mais aquela garota.

Aquela garota falou a vida toda que faria Direito, e no 2º ano do Ensino Médio jogou tudo pro alto. Eita menina doida! Ela amava um garoto que não fazia bem pra ela. Ela engolia palavras pesadas pelas atitudes na escola e pelo seu peso na Dança. Ela se refugiava nos livros. Ela chorava escondida.

É tanta semelhança e diferença entre “eu” e “ela”.

Hoje eu faço Biologia, aprendo uma coisa nova todo dia. Estou com o coração de bem, amando a mim mesma e mais alguém.  Aprendi a me defender, ignorar e se necessário perdoar (não que isso funcione 100% das vezes, sou um ser humano). Desisti das dietas malucas, mas nunca vou desistir da Dança. Continuo lendo muitos livros, mas não choro escondida. Eu cresci. Eu mudei.

Mudei e recomendo. Recomendo para as pessoas que me julgaram, para os que têm medo de mudar o rumo da vida, para os que não conseguem se livrar do passado, para os corações partidos, para quem se prende em afazeres como eu fazia com a leitura se escondendo de todos.  Recomendo pra todo mundo.

Tem um mundo aqui fora, amiga. E sabe a melhor parte? Nesse mundo, chamado “Presente”, não ligamos pro seu passado, ligamos para o agora, para um tal de “Futuro”.


Mudar faz bem, mude pra melhor, mude pro melhor que você pode ser. Boa sorte!

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Desmoronar e Reconstruir

Já notou como tudo sempre esta em constante movimento? As vezes lento, as vezes frenético, mas em movimento...

Outro dia eu estava na aula e no meio das anotações rápidas (e um tanto malucas) nos meus papéis de ofício me deparei escrevendo a citação: “O universo tende ao caos”. Na hora deixei passar, mas hoje tudo fez sentido. Ou pelo menos, um sentido mais próximo da minha realidade não científica.

Fim de tarde minha mãe chegou a casa com o cabelo cortado um pouco abaixo do ombro e um sorriso tímido no rosto. Meu sorriso se abriu por completo. Ela me perguntou como ficou, eu a abracei e disse “eu gostei, esta mais linda ainda”.  E ela estava.

Faz 3 anos que ela mantinha o cabelo longo até o fim das costas e 3 meses que a demitiram do emprego. Ela não estava a muito tempo lá, não ganhava tão bem  mas era o dinheiro que pagava metade das contas de casa e o colégio da minha irmã mais nova. E para piorar, ontem meu padrasto perdeu o emprego também.

Ninguém estava muito feliz sabe? Como poderiam? Eles podiam rir do que minha irmãzinha falava “Eu? Eu que não quero trabalhar nesses empregos que demitem a gente” mas todos sabemos o quanto a segurança de estar empregado faz falta.

Foi um desmoronamento.

A gente vai criando pequenos barracos, casas, casarões, mansões e castelos com sonhos e planejamentos, se baseando no que temos hoje, e então, “puff” eles podem desmoronar e só restar escombros.

Ficamos perdidos. Certas coisas perdem sentido, caem muitas lágrimas, perdemos a noção e o objetivo. Como se comungássemos com o universo e sua desordem.

Se Clarice Lispector visse esses capítulos das nossas vidas, diria que estamos a espera dos nossos “momentos epifânicos”. O cabelo cortado de minha mãe foi mais do que estética, foi um convite a um recomeço.

Significava que ela estava reconstruindo a sua alma, passando merthiolate nas feridas, colocando bandeide sobre as cicatrizes, pegando os sonhos que sobreviveram e colocando na bagagem, deixando os restos pra trás e se bobear passando corretivo nas olheiras. Refletia o jeito dela de dizer pro mundo “oi estou pronta pra outra”.

Se reconstruindo.

É mãe... a cada dia que passa percebo o quanto aprendo com a senhora. Ah, como eu quero um dia aprender a sorrir assim e dizer pro mundo “Vem com tudo que eu to pronta pra outra”.


terça-feira, 21 de julho de 2015

Uns 16, 17...

É confuso. Você espera tanto tempo por essa idade, como se um milagre fosse acontecer ou como se fosse achar um grande talvez (oi John Green), e do nada, assim sem perceber, essa idade passa e você continua a mesma pessoa. Eventualmente um pouco mais forte.

Talvez isso tenha acontecido só comigo, não sei. O importante é: Eu não estudei em um internato, não fui chamada para Hogwarts, continuo mundana, não me tornei vampira, não entrei em nenhum reality show que me levasse à morte ou que me elegesse princesa. Ainda sou a mesma garota, porém sobrevivi ao Ensino Médio.

Não sei quantos anos você tem leitor, mas vai que você ainda não passou por essa fase do famoso “patinho feio”? Ou já reparou que os livros e filmes de hoje só trazem personagens de 16, 17 anos? Onde você só quer se sentir parte de um grupo, se sente só, e talvez como eu, tenha se fechado no mundo dos livros.

Lá encontrou esses personagens que ou eram muito parecidos com você ou eram o que você queria ser. Eles tinham a sua idade, viviam aonde você queria viver, tinham aventuras, amigos legais, relacionamentos sérios, amizades coloridas, te davam motivos para rir do nada, e talvez até te motivassem a fazer o que a timidez não deixava.

De qualquer forma, vou te contar um segredo (se tivessem me contado isso eu jamais teria me preocupado com tanta gente sem noção):  Relaxa que o mundo real não é assim, mana!

Insegurança é normal, todo mundo tem (até aquela garota chata que pratica bullying com você, acredite). Não tente ficar imitando os outros, autenticidade chama mais atenção e é um dos motivos de você ser querida pelas pessoas. Não perca tempo. Não importa se seu objetivo é fazer Medicina, Letras, Dança ou ser cantor em uma banca de reggae, foque no que é importante pra você e lute por isso.

Você vai passar noites em claro, mergulhar em xícaras de café (meu caso!), vai estudar feito condenado, treinar até sentir os músculos latejando, brigar com seus pais, terminar, começar e reiniciar amizades e relacionamentos, entrar em desespero ocasional. É o Ensino Médio, ninguém te disse que seria fácil né?

E sabe aquela frase famosa que sua mãe vive dizendo pra você: “Você vai rir de tudo isso mais tarde”? Pois é, ela deve estar certa porque sempre rio quando lembro disso tudo. Imagina quando chegarmos no “nível hard” da vida?

P.s. Vai valer a pena.